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  • Foto do escritorJuliana Vital

Precisamos falar sobre a síndrome de inferioridade.

Atualizado: 3 de out. de 2018



Há tempos estou incomodada com a tal síndrome de inferioridade, alguns chamam de síndrome do vira lata mas eu realmente não quero denominar assim mesmo porque vira lata para cães, gatos, significa sem raça definida e na minha concepção em um ser raça ( e muitas ouras coisas) não define inferioridade ou superioridade, então sigo aqui denominando apenas de síndrome da inferioridade.

Bom nas últimas semanas as redes pipocaram posts sobre a Yellow, sim as bikes amarelas que estão espalhadas por São Paulo, então o fato é que os posts em sua grande maioria tinham como tema coisas do tipo : "Empreender no Brasil não é para amadores", "O brasileiro não está pronto para o serviço de compartilhamento" "O problema do Brasil é o brasileiro" enfim entre outras dezenas de variações negativas como essas.

Cada coisa dessa que eu lia confesso que me causava uma revolta mas não é uma revolta igual a esses temas que citei e sim contra eles e explico:

O Serviço de compartilhamento de bicicletas não é novidade no mundo, já existe em muitos países da Europa, América do Norte e por aí vai, em Copenhague na Dinamarca o serviço quando estreou teve alguns problemas semelhantes, de roubo ou danificarem as bikes, na China também ocorreram os mesmos problemas, e aí que entra a inferioridade, me explica porque o problema é o Brasileiro?

1- O problema não é do indivíduo, falemos dos países em desenvolvimento como o Brasil, onde o acesso é escasso para as coisas básicas (educação, alimentação , saúde, saneamento básico) como se pode simplesmente ignorar esse reflexo da situação de desenvolvimento ou melhor não desenvolvimento atual do país, que tem boa parte da população em estado de miséria. Entenda que uma sociedade que não possui acesso ao nível básico de itens para sobreviver não pode culpar "indivíduos" e ponto.

2- Empreender no Brasil é para Herói se ele for amador ele é Herói e mais corajoso que o outro mas a Yellow entre outras não são amadoras, como alguém com um simples olhar por uma foto que viu em um post qualquer ou um fato isolado, pode com isso julgar com tanta certeza que a empresa não vai dar certo, é muita presunção não acham? Já penaram na possibilidade das perdas estarem previstas no Business plan? Sim estão previstas, as declarações dos representantes cofirmam isso.

3- Todo serviço de compartilhamento ou algo que venha romper a maneira como um produto ou serviço é entregue possuem um tempo de aceitação, de teste, de aprendizado e melhoria.

4- O brasileiro e o mundo está item a item se acostumando ao compartilhamento, calma isso é cultural e requer tempo para ser implantado, não é com síndrome de inferioridade e distribuição de culpa no indivíduo que você vai ajudar, encontrou um problema, reporte para o fornecedor do serviço! Ajuda ele a criar inteligência de dados mapear melhor os pontos de problema e corrigir.

O resumo é que toda e qualquer oportunidade a síndrome da inferioridade aparece, geralmente quem grita no microfone da síndrome é um indivíduo que saiu do ponto alto de partida da pirâmide, certamente não fez a escalada dos vulneráveis (se eu for explicar no detalhe aqui vou me alongar assiste esse vídeo), ou se a fez não a reconheceu como tal qual e por isso não sente empatia com qualquer escalador da pirâmide.

Nosso país passa por uma crise grave, resultado de uma vida inteira de corrupção e descaso contra o povo, é mais um momento onde o que e preciso é o oposto do que o ocorre, é preciso que incentive novas empresas a trazerem seus serviços para o Brasil, a mais brasileiros empreenderem, incentivar de novo, caso você encontre um problema no caminho ajude a solucionar mas pare de vitimizar e inferiorizar esse país e esse povo.

Com tanta dificuldade eu ainda não encontrei profissional mais resiliente do que brasileiro, somos admirados mundo a fora por nossa resiliência, por nossa capacidade de solucionar problemas.

Sair do papel de vítima, se colocar no papel do outro, é o começo, fomente as iniciativas empreendedoras do país, elas tem um papel fundamental na mudança do cenário atual.

Complementando o tema e fechando o pensamento da síndrome da inferioridade que também ataca o sucesso e enaltece o fracasso.

O sucesso não é um problema, você pode não gostar da música da Annita por exemplo, mas ficar "p"da vida com o sucesso dela não faz sentido. Uma brasileira, que canta, gere seus negócios e está conquistando o mundo, pare e pense não precisa amar a música dela mas é preciso reconhecer seu sucesso e sentir orgulho sim é uma artista brasileira ganhando o mundo, não cabe na minha cabeça o motivo de torcer contra isso?

É parecido com o caso da Yellow, a comoção rolou porque o tom era do fracasso, quando deveria ser o contrário por completo.

Por fim fecho de vez que a mudança não é pensar positivo, é fazer positivo!


Juliana Vital




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